terça-feira, 3 de junho de 2014

SISTEMA PRESBITERIANO, POR PB. GILSON SANTOS - partes de 1 a 7



SISTEMA PRESBITERIANO (PARTE 1)


Ao longo dos meus vinte e cinco anos de presbiterado, tenho observado que uma grande parte dos presbiterianos desconhece o seu sistema (o chamado Sistema Presbiteriano), levando-o muitas vezes a angustias e desconfortos desnecessários. Muitas das vezes confundem com sistemas congregacionais ou episcopais, nós não somos nenhum, nem outro! Somos presbiterianos. Então vamos tentar entender um pouco desse sistema!
A palavra presbiteriano não designa apenas o adepto de uma forma particular de governo eclesiástico. Portanto, "sistema presbiteriano" não é apenas o código de leis que rege determinada organização religiosa.
Um sistema seja de filosofia ou de teologia, pode ser definido como uma classificação lógica de verdades afins, sob o império de uma ideia predominante. Nenhuma verdade tem existência isolada; há viva interdependência entre as verdades. E a relação harmoniosa de verdades que interdependem, sob uma ideia fundamental comum, equivale a um sistema.
A doutrina da soberania de Deus é a ideia fundamental do sistema presbiteriano e isso significa o controle absoluto de tudo quanto existe, controle esse exercido por Deus. O Espírito de Deus onisciente, onipresente, onipotente, eterno e supremo governa todas as coisas visíveis e invisíveis . Portanto podemos dizer que sistema presbiteriano é o corpo de verdades e leis religiosas que tem como verdade fundamental a soberania de Deus.
Da soberania de Deus decorre a soberania da Palavra de Deus como regra de fé e prática. (O sistema Presbiteriano, de W. H. Roberts)
SISTEMA PRESBITERIANO - PARTE 2
PRINCÍPIO CENTRAL- Vimos no texto anterior que da Soberania de Deus decorre a soberania da Palavra de Deus como regra de fé e prática. Sabemos que todos os cristãos afirmam que Deus falou aos homens e que essa revelação se acha entesourada na Bíblia, porém, nem todos a consideram como Palavra de Deus e nem todos a aceitam como única regra de fé e pratica. Neste sentido podemos dividir a cristandade em quatro grupos que são, racionalistas, liberais, católicos e evangélicos, vejamos o que dizem cada um:
1-        Os racionalistas negam que a Bíblia seja a Palavra de Deus.
2-        Os liberais afirmam que a Palavra de Deus está contida na Bíblia, mas que nem toda ela é Palavra de Deus.
3-        Os católicos tanto os romanos, como os gregos e os anglicanos afirmam que a Bíblia é a palavra de Deus mas aceitam também as tradições e a voz da igreja como fonte legítima de autoridade religiosa, lado a lado da Bíblia e como consequência disto podem (e assim o faz) substituir as Sagradas Escrituras por mandamentos de homens e decretos de concílios.
4-        Os evangélicos e (aí se enquadra o sistema presbiteriano), combatem as três posições acima e sustentam que a Bíblia é em sua totalidade a Palavra de Deus e todas as suas partes é divinamente inspirada e infalível. Afirmam que a Bíblia é a única regra de fé e pratica e rejeitam a tradição como regra de fé. Segue-se dai que nem as conclusões da razão humana finita, nem os decretos de uma igreja ou de um papa falível podem ser regra suprema de fé e prática.
SISTEMA PRESBITERIANO - PARTE 3
Nos textos anteriores vimos que o sistema presbiteriano tem como ideia fundamental a doutrina da soberania de Deus, daí decorre a soberania das Escrituras como regra de fé e prática, hoje vamos ver o princípio do direito de associação denominacional.
- PRINCÍPIO DO DIREITO DE ASSOCIAÇÃO DENOMINACIONAL- A aceitação da Palavra de Deus como regra infalível de fé e prática, nos leva a duas perguntas: primeira - Que relação existe entre o indivíduo e a interpretação da Palavra de Deus? segundo, que relação tem com a Bíblia os cristãos organizados em diferentes denominações?
Os padrões presbiterianos respondem a essas perguntas com o princípio de que da soberania de Deus decorre que somente ele (Deus) é senhor da consciência, e é a Deus, que cada homem deve prestar contas, portanto, cada indivíduo tem o direito de interpretar as Escrituras pessoalmente de acordo com os próprios princípios que ela encerra.
A religião evangélica na sua forma presbiteriana coloca a alma direto em contato com Deus, sem qualquer obstáculo oriundo de processos da razão ou de celebrações da igreja.
A confissão de fé de Westminster, que é um dos símbolos de fé da igreja Presbiteriana, no seu capítulo XX, parágrafo II declara que, só Deus é senhor da consciência, e ele a deixou livre das doutrinas e mandamentos humanos que em qualquer coisa sejam contrários à sua Palavra, ou que em matéria de fé ou de culto estejam fora dela.
Portanto, cada pessoa tem o direito de interpretar por si mesma a Palavra de Deus, com o devido respeito ao Criador, segue-se daí que cada homem tem o direito de se associar com outros para alcançarem os altos e santos objetivos da religião cristã.
Em virtude das liberdades gêmeas de juízo individual e de associação voluntária, e de acordo com as Escrituras, organizou-se o grupo de cristãos conhecidos e chamados Presbiterianos, para manter o sistema de fé e prática, de culto e de governo que aceitam como sistema bíblico, adotando-o e sustentando-o, sem contudo tolher a liberdade de pessoa alguma.
Mas a verdade é que nós, presbiterianos, estamos convencidos de que são bíblicos os princípios que professamos - com todo o respeito para com os que assim não pensam. É portanto um direito nosso exigir dos pastores, presbíteros regentes e diáconos a aceitação pessoal da Confissão de Fé, do Catecismo Maior e do Breve Catecismo como a sistematização do ensino bíblico.
Da mesma forma exigimos a aprovação sincera da forma de governo expressa na constituição da igreja. Essas exigências são confirmadas por todos os oficiais da igreja no ato de sua ordenação e pelos membros comungantes da igreja no ato de sua recepção.
SISTEMA PRESBITERIANO - PARTE 4
ASPECTOS PRINCIPAIS DO SISTEMA PRESBITERIANO- O sistema presbiteriano está fundamentado em quatro aspectos principais que são o teológico, o do dever, o do culto, e o do governo. Vamos ver hoje o aspecto teológico.
Todas as doutrinas que compõem o conjunto de doutrinas da igreja presbiteriana tem sua origem na Palavra de Deus. As disposições dessas doutrinas se subordina à ideias calvinista da soberania de Deus. Mas na confissão de fé e nos catecismos há outras doutrinas, além daquelas que são peculiarmente calvinistas.
Há em nossos padrões doutrinários três grandes elementos teológicos. No primeiro elemento estão as doutrinas aceitas por todos os cristãos, que são: A existência de Deus, a unicidade de Deus, a trindade, o plano de Deus, a criação, a providência, a queda do homem, o pecado e o castigo, a liberdade da vontade humana, a pessoa de Cristo, a personalidade do Espírito Santo, a salvação mediante a obra do divino redentor e a ressureição dos mortos. Todos os cristãos aceitam substancialmente essas doutrinas em sua forma geral.
No segundo elemento estão as doutrinas aceitas por todos os protestantes independente de sua denominação, que são: A supremacia das Escrituras Sagradas como regra de fé e prática, supremacia da autoridade de Deus sobre a consciência humana, sacrifício vicário e mediação exclusiva de Cristo, justificação do pecador arrependido somente pala fé, promoção dos santos para o céu imediatamente após a morte e sua completa santificação no estado de glória, essas doutrinas são um traço de união entre todos os cristãos evangélicos do mundo.
No terceiro elemento estão as doutrinas caracteristicamente calvinistas, mais conhecidas como os cinco pontos do calvinismo, que são:
a) Eleição incondicional oposta à eleição condicional.
b) Expiação definida ou a redenção particular oposta à expiação indefinida.
c) A depravação total do gênero humano oposta à depravação parcial.
d) A graça eficaz oposta à graça incerta.
e) A perseverança final dos santos oposta à perseverança parcial.
Esses cinco pontos são peculiares ao presbiterianismo e destingem dos demais cristãos evangélicos. A ideia central do sistema presbiteriano - A SOBERANIA DE DEUS, se relaciona diretamente com cada um desses cinco pontos.
O SISTEMA PRESBITERIANO - PARTE 5
Estimados amigos, hoje falaremos do aspecto do dever do homem, que é uma das linhas mestras do estudo do sistema presbiteriano, portanto, boa leitura e bom estudo.
Entre as doutrinas essenciais do regime presbiteriano estão aquelas que determinam o dever do homem. As principais doutrinas sobre o dever são as que se referem à livre agencia do homem, à lei de Deus, ao pecado, a fé em Cristo, às boas obras, à liberdade cristã, os votos e os juramentos legais, à magistratura civil, ao casamento e ao divórcio, ao juízo final. Também essas doutrinas se conjugam em ordem lógica com o princípio fundamental da soberania de Deus. Da soberania de Deus decorrem as seguintes verdades:
a)        A livre agencia do homem é um elemento preordenado em sua personalidade, e implica na sua responsabilidade perante Deus.
b)        A lei moral como se encontra nos 10 mandamentos, e de forma amplificada no Novo Testamento, continua em vigor e os homens lhe devem inteiro respeito e obediência.
c)        Tudo o que no homem se opuser à lei divina, seja em pensamento, em palavra ou em obras, é pecado.
d)       A fé em Cristo é um dever de todos aqueles que ouvem e conhecem o evangelho .
e)        Homem algum tem o direito de sobrecarregar a consciência de outros homens com distinções morais que não estejam em harmonia com a Palavra de Deus.
f)         Os cristãos devem provar com uma vida piedosa e reta as verdades doutrinárias que professam.
g)        Boas obras constituem a prova de que o cristão já pertence à família de Deus, mas não serve de base nem recurso para a salvação do pecador.
h)        O homem não pode comprometer se em hipótese alguma a fazer o que não seja reto.
i)          Devemos cultivar grande reverência pelo nome de Deus.
j)          O estado, tanto quanto a igreja é de instituição divina.
k)        A obediência à autoridade civil legítima equivale à obediência divina a Deus; Tanto na igreja como no estado, a família é a fonte e a segurança da prosperidade.
Enfatizamos ainda que os preceitos que governam relações entre os homens, sejam pessoais, políticas ou eclesiásticas, devem estar em plena harmonia com a Palavra de Deus. E que cada pensamento, palavra e ato de cada indivíduo em todas as circunstâncias e relações da vida, estarão sujeitas ao julgamento de um tribunal onisciente, impessoal, imparcial, e inflexível; julgamento que será seguido de uma sentença justa e irrevogável.
O SISTEMA PRESBITERIANO - PARTE 6 (SOBRE O CULTO)
O culto ocupa lugar de eminência na igreja cristã. Tanto quanto a forma, pessoas e lugares.
O culto cristão pode ser definido como sendo um movimento da alma humana para Deus, em nome de Jesus Cristo, no qual se adoram as perfeições divinas, exalta-se a bondade de Deus, implora-se as bênçãos celestiais, como o perdão dos pecados. Para muitos o culto é a essência da religião.
É no culto que o homem tem procurado tão insistente e audazmente interferir com a soberania de Deus, inventando modas e arranjos , se esquecendo que a forma do culto esta bem claro e perfeitamente estabelecido nas Escrituras.
As doutrinas principais dos padrões presbiterianos, com referência ao culto são:
a)        Somente Deus deve ser adorado.
b)        Deve ser adorado somente pela mediação de Cristo.
c)        Deus aceita o culto quando tributado em espírito e em verdade sob a direção do Espírito Santo.
d)       Somente no culto verdadeiro pode o pecado ser perdoado e obtido o favor divino.
e)        No Evangelho, parte alguma do culto religioso aparece subordinado a este ou àquele lugar.
f)         Dentre os sete dias da semana, Deus separou um para o descanso devendo ser este dia inteiramente consagrado a Deus.
g)        Os princípios gerais do culto estão expostos na Bíblia.
Podemos resumir assim os princípios presbiterianos do culto, não há outro objeto de culto além de Deus (não podemos em um culto público fazer homenagens a homens, podemos até fazê-lo, mas em outra ocasião); não há outro sacerdote além de Cristo, os ministros (pastores) não são sacerdotes, mas lideres da congregação e do culto, (a " pastoriolatria" é um pecado gravíssimo como qualquer outra idolatria); não há perdão senão para o pecador arrependido; para obtenção do favor divino não há obstáculo além da incredulidade; não há culto senão o atributado a Deus em espírito e em verdade; não existem formas de culto além daquelas expressas na Bíblia. (Acreditem ou não, até espetáculos circenses eu já vi em uma igreja na hora do culto público, com a desculpa de: o que que tem? é para Deus!).
A forma bíblica de culto e o caminho de livre acesso a Deus, tem sido no passado e no presente obstruído por entraves resultantes do orgulho, da ignorância e da pretensão humana, mas os presbiterianos calvinistas sempre lutaram vigorosamente contra isso, enfrentando incompreensões, sofrimentos, criticas, ataques e mortes na defesa e na preservação do direito do livre acesso ao trono celestial, de graça e de perdão.
(FONTE:O SISTEMA PRESBITERIANO de W. H. Roberts).
O SISTEMA PRESBITERIANO - PARTE 7
(SOBRE A FORMA DE GOVERNO DA IGREJA)
A igreja foi estabelecida por Deus na terra com a finalidade de preservar, manter e difundir a sua verdade. A igreja deve ser ao mesmo tempo a coluna e o alicerce da verdade. Tendo tido origem divina a natureza e os aspectos geras da igreja estão claramente indicados na Palavra de Deus.
Do princípio basilar do presbiterianismo, que é a soberania de Deus, procedem as seguintes verdades:
a)        Cristo é a única cabeça da igreja e, o chefe da igreja e, portanto, todos os que estão a Ele unidos são membros da igreja ideal, invisível que existe no céu e na terra, composta de todos os eleitos (os salvos).
b)        Todas as pessoas que professam a verdadeira religião (que nos conduz a Cristo pelo Espírito Santo) são membros da igreja visível e universal existente na terra.
c)        Todo o poder da igreja é declarativo e ministerial. Ministerial quando a igreja age no lugar de Cristo e declarativo quando interpreta os ensino de Cristo contido nas Sagradas Escrituras. 
Como as igrejas são compostas de pessoas e não são unidades desconexas e independentes, mas de partes unidas umas às outras como porções de um todo, tem ela o direito de regular e de inspecionar todas as suas partes componentes, sejam membros da comunidade eclesiástica, sejam congregações (igrejas) particulares.
d)       A existência de denominações não ferem os preceitos bíblicos e não destrói a verdadeira unidade da igreja, desde que cada uma delas cumpra fielmente a missão que foi imposta por Deus. 
Isso posto surge então a necessidade de governo na igreja, daí surgirem várias formas de governo, podemos destacar três formas mais usuais de governo eclesiástico que são: Episcopal, Congregacional e Conciliar (presbiteral ou representativo). (1) - Episcopal, onde um governa todos. - (2) Congregacional, onde todos governam.- (3) Presbiteral ou representativo, um grupo eleito governa.
por Pb. Gilson Santos - aguardem novos posts

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O CREDO APOSTÓLICO

Creio em Deus pai, todo poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu unigênito filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos; foi crucificado, morto e sepultado; ao terceiro dia ressurgiu dos mortos, subiu ao céu e está à direita de Deus Pai, Todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo, na Santa igreja de Cristo; na comunhão dos santos, na remissão dos pecados; na ressureição do corpo e na vida eterna. Amém.

Sabemos que vários credos foram escritos, porém o mais conhecido é o credo dos apóstolos. Apesar desse nome, ele não foi escrito pelos doze apóstolos, ele foi desenvolvido através de pequenas confissões batismais que eram empregadas nas igrejas dos primeiros séculos, muitas dúvidas e confusões ocorriam no início da igreja possibilitando o surgimento de muitas heresias.

Constantino no ano de 325 da era cristã convoca um concílio, que ficou conhecido como o primeiro concílio de Niceia, onde passa a se delinear o credo cristão, e no ano de 381 foi adaptado e revisto no primeiro concílio de Constantinopla,  daí  também o nome "Credo Niceno-Constantinopolitano".

O credo apostólico é, portanto, um breve resumo da fé cristã uma profissão de fé, uma fórmula doutrinária, e, embora não sendo escrito pelos apóstolos, foi chamado de credo apostólico por estar inteiramente de acordo com os seus ensinamentos. Podemos ainda dizer que o credo apostólico está inteiramente de acordo com a Palavra de Deus e é aceito desde a antiguidade, sendo, porém, um escrito não canônico.

O credo inicia-se com uma confissão de fé, onde o convertido declara sua crença em um Deus Trino, iniciando com a primeira pessoa da Trindade. Do Pai Todo-Poderoso que criou todas as coisas no céu e na terra, que é Pai apesar de todo poder, de sua onipotência. Ele é nosso Pai, trazendo-nos portanto, a ideia de um Deus presente, que se relaciona com os seus filhos e que é o criador do céu e da terra.

Assim como na oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, ele glorifica o Pai, no Credo, o Pai também é glorificado, seu nome é exaltado, todo o poder e autoridade é atribuído a Ele. Deus é Deus Elohim (Deus Poderoso), é Deus  El- Shaddai (Todo- Poderoso).

A segunda pessoa da Trindade é também glorificado e incluído como merecedor e digno de crença, quando se confessa: "E em Jesus Cristo seu unigênito filho, nosso Senhor". Observamos a unigenitude de Cristo como o único filho, como ele não há outro, só ele é filho legítimo de Deus, é o próprio Deus encarnado como fruto (gerado) do Espírito Santo, nascido da virgem Maria (mulher) e como homem sofreu todas as aflições possíveis ao homem, como Deus, levou as nossas dores, os nossos pecados, pagando o alto preço da reconciliação do homem com o próprio Deus, o preço foi o preço da sua morte e morte de cruz.

Humilhado e crucificado realiza a obra da redenção  vencendo a morte na morte na cruz, para nos dar a vida eterna. Sua ressureição completa a obra da redenção. No filho ele é Deus Iavé, o Deus redentor, o Deus Iavé Rabi (O senhor pastor), o Iavé  Tsdkenu (O Senhor nossa justiça), é o  Iavé Shamah (O Senhor está ali).

Jesus, o filho é intronizado no céu e está assentado à direita do Deus Pai. O filho é então igualado ao Pai, como kYRIOS (aquele que legalmente possui poder), Jesus, como Senhor, compartilha do poder de libertar o homem, da dominação de Satanás, da dominação do pecado.  

Jesus foi enviado pelo Pai e seu poder não está vinculado apenas à sua messianidade mas também ao fato de ser ele o próprio Deus, ele é na sua inteireza, o reflexo exato do ser divino agora encarnado. Chamado então de Kyrios, o Deus-homem, sendo assim reconhecido como Kyrios (Senhor).

Jesus tem o poder de julgar tantos vivos quanto os mortos, ele é Iavé Tsikenu, o Deus que é a nossa justiça e que tem poder para julgar o mundo e toda a humanidade.

No credo confessamos também a crença na terceira pessoa da trindade que é o Espírito Santo. "Creio no Espírito Santo".  É uma das confirmações confessional do credo apostólico. O Espírito Santo que é Deus, o próprio Deus nos confortando, nos convencendo do pecado, da justiça e do juízo, confirmando a promessa do filho que não nos deixaria sós, mas que mandaria um consolador, o Espirito Santo, que nos sela com a marca da promessa, como filhos  do Pai, através de Jesus Cristo.

Temos também a confissão que cremos na Santa Igreja de Cristo, a sua noiva, sua agência para propagação do evangelho do nosso Senhor, as boas novas do sacrifício de Cristo,  a Eklesia que anuncia a nossa libertação, a nossa remissão, o nosso retorno ao convívio do Pai.

O Credo Apostólico ressalta a importância da nossa comunhão, a Koinonia que caracteriza os santos, enfatizando que temos em Cristo a remissão de nossos pecados, confirmando as palavras do apóstolo João em sua primeira epístola que afirma:  "Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,  manteremos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu filho, nos purifica de todo pecado".

Termina então o Credo Apostólico com a confissão na esperança da ressureição dos corpos e na vida eterna. Os nossos corpos serão transformados e revestidos de glória para sermos recebidos nas mansões celestiais onde gozaremos da presença eterna de Deus, onde estaremos glorificando-o e gozando-o para sempre, retornando assim ao principal propósito da criação humana.  ( SOLI DEO GLORIA ) -  Pb. Gilson dos Santos.

terça-feira, 2 de abril de 2013

HERMENÊUTICA E METAFÍSICA


Metafísica: Além da natureza, além da física.

Meta - "além de", Física - "natureza". Concretamente a metafísica ocupa-se das questões últimas da filosofia, tais como:

·         Há um sentido último para a existência do mundo?

·         A organização do mundo é necessariamente essa com que deparamos, ou seria possível outros mundos?

·         Existe um Deus? Se existe como podemos conhecê-lo?

·         Existe algo como um espírito?

·         Há uma diferença fundamental entre mente e matéria?

·         Os seres humanos são dotados de almas imortais?

·         Tudo está em permanente mudança, ou há coisas e relações que a despeito de todas as mudanças aparentes, permanecem idênticas?

HERMENÊUTICA É A CIÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO

O mundo do sentido e compreensão não forma, por princípio, o último horizonte do perguntar e compreender, mesmo quando o homem percebe e procura compreender o ser, o que vem ao seu encontro ou se lhe opõe dentro do seu horizonte de mundo.

Há, porém, ainda um último e incondicional horizonte do ser que ainda compenetra e transcendo o mundo, e que está aberto com a essência da auto- realização humana no mundo. Tomar esse horizonte temático é tarefa em que           a hermenêutica culmina com a metafísica.

Todo homem possui a partir do seu ponto de vista histórico uma concepção de mundo que não é idêntico com o mundo do outro. Cada um tem o seu ponto de vista próprio, único, insubstituível e que não se repete. Cada um tem sua visão da realidade. Apesar disso há uma compreensão entre as pessoas.

O horizonte comum que abrange toda diversidade histórica consiste na comunidade empírica do mundo histórico, essa comunidade é que nos liga apesar das diversidades culturais, temporais e mentais. Há uma compreensão tanto no nível do diálogo quanto na mediação histórica.

Acima do horizonte mundo de experiências e compreensão, empírico-histórico, há um horizonte metafísico, pois toda a existência humana, em todos os tempos se realiza no horizonte incondicional do ser.

Não entendemos direito um texto da história, senão pressupondo que o autor quisesse dizer a verdade, a seu modo e com suas palavras, regido pelas normas morais do bem.

Cada homem de fato vive na história e está adstrito a certo ponto de vista histórico. Ao mesmo tempo, porém ele transcende sua ligação espaço-temporal podendo ter conhecimento de coisas e acontecimentos longínquos, pode compreendê-las e torna-las presente. Nesse ponto de vista não está ligado ao aqui e ao agora, mas vive no aberto do espaço e do tempo.

A interpretação temática do horizonte do ser, só é possível por interrogar-se a realização humana do mundo em seu todo, requerendo-se uma reflexão transcendental, então podemos dizer que a metafísica é possível. A indicação temática do ser só é possível através de uma reflexão transcendental- metafísica.

A metafísica implica no movimento do pensamento, que para além do sendo, fisicamente objetivo, chega a totalidade como o fundamento não objetivo, juntamente metafísico, em cujo horizonte experimentamos e compreendemos em nosso mundo.

A tarefa da metafísica é tomar o ser explicito e leva-lo à fala, não apenas um falar objetivo mais também um falar não objetivo. Donde se segue que a metafísica não fala uma linguagem limitada, objetivamente limitada e própria das ciências, mais está remetida a universalidade da linguagem natural.

Verifica-se, portanto, que há uma relação de condicionamento entre o mundo e o ser, entre a hermenêutica e a metafísica. Por um lado, o mundo está aberto para o ser, o mundo como aprendemos e compreendemos já é sempre um mundo real que só é possível no ser e pelo ser. Por outro lado, entretanto, a interpretação metafísica do ser só é possível em nosso mundo histórico.

A metafísica só é possível com base em uma hermenêutica da existência humana no mundo e na historia, compreendendo-se, porém, no ser e pelo ser. Entretanto, hermenêutica como doutrina da compreensão que pretende compreender a si mesma só é possível transcendendo-se e terminando em uma metafisica, a qual procura compreender a condição humana pela condição última de sua possibilidade: pela abertura do ser.

Isso mostra uma estreita relação essencial entre hermenêutica e metafísica. Elas se condicionam mutuamente e se remetem uma à outra. Assim como a metafísica só é possível a partir de uma hermenêutica, também a hermenêutica só se pode completar numa metafísica compreensão histórica e linguística, que é fundamenta a partir do ser total que aí se manifesta.

SOLA FIDE – Pb. GILSON DOS SANTOS

Fonte: GORETH, EMERICH. Questões Fundamentais de Hermêneutica

domingo, 31 de março de 2013

ANJOS MAUS

ORIGEM:

Os anjos maus um dia foram como os anjos bons, eles não foram criados como anjos maus. A Bíblia nos relata que Deus viu tudo que tinha criado e estava muito bom (Gn 1.31). Alguns anjos sob a direção de Satanás não mantiveram o sua condição original, mas caíram do estado em que tinham sido criado (2Pe 2.4; Jd 6) e perderam o privilégio de servirem a Deus.

Segundo Wayne Grudem em algum momento dos eventos entre Gn 1.31 e Gn 3.1 deve ter havido uma rebelião no mundo angélico, no qual muitos anjos se voltaram contra Deus e se tornaram maus.

Segundo Louis Berkhof, o pecado específico desses anjos não foi revelado, mas geralmente se pensa que consiste em exaltarem contra Deus e aspirarem a Autoridade Suprema. Se esta ambição desempenhou papel importante na vida de Satanás e o levou a queda, isso explica por que ele tentou o homem nesse ponto particular e procurou enganá-lo para destruí-lo recorrendo a uma possível ambição.

Outros como os pais da igreja, acreditavam que o pecado de Satanás foi o orgulho e que a queda dos demônios foi o pecado da luxúria carnal, essa tese  não tem muita aceitação porque contraria a natureza espiritual dos anjos e o fato de que não há vida sexual entre os anjos de acordo com (Mt 22.30).

A NATUREZA DOS ANJOS MAUS:

Os anjos maus são seres espirituais criados, dotados de discernimento moral e inteligência, mas desprovidos de corpos físicos e como o homem dotado de livre escolha. Possuem características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade, são seres numerosos, de tal modo que torna Satanás praticamente ubíquo por meio desses seus representantes, são seres vis e perversos, baixo em conduta, são servis e obsequiosos, são seres de baixa ordem moral, degenerados em sua condição, ignóbeis em suas ações e sujeitos a Satanás.

DEFINIÇÃO:

Anjos maus são anjos que pecaram contra Deus e hoje continuamente praticam o mal no mundo.

QUEM É O CHEFE DOS DEMÔNIOS?

Satanás é considerado o chefe dos anjos decaídos, tudo indica que ele era um dos poderosos príncipes do mundo angélico e veio a ser líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. O próprio nome Satanás que quer dizer:  "adversário" nos mostra que ele é o grande adversário de Deus.

Ele é o destruidor, razão porque também é chamado de Apolion "o destruidor" (Ap 9.11). Ele é apresentado nas Escrituras como o originador do pecado (Gn 3.1,4; Jo 8.14; 2Co 11.3;12.9;  1Jo 3.8; Ap 20.2,10). Ele continua sendo o chefe das hostes angelicais do mau, arrastou consigo em sua queda outros anjos e os empregam em sua desesperada resistência a Cristo e a seu reino.

 É também chamado de "príncipe desse mundo" (Jo 12.3) e até mesmo "deus" deste século (2Co 4.4) isso não significa que ele detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém. Deus deu toda autoridade a Cristo.  Satanás tem sob controle esse mundo mau, o mundo que está separado de Deus (Ef 2.2) onde ele é chamado de príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.

Ele é sobre-humano, mas não é divino, tem grande poder, mas não é onipotente, exerce poder numa escala ampla porém delimitada (Mt 12/29; Ap 20.2. Está destinado a ser lançado no abismo (Ap 20.10).

ATIVIDADE DE SATANÁS E DOS DEMÔNIOS:

Como os anjos bons os anjos maus possuem poder sobre-humano. Enquanto os anjos bons louvam a Deus perenemente, batalham por ele e o servem fielmente, os anjos maus com poderes das trevas prestam-se para maldizerem a Deus, pelejarem contra Ele e Cristo seu Ungido, para destruir sua obra.

Estão em constante rebelião contra Deus procurando desviar até os eleitos e amimam os pecadores no mal que estes praticam. São espíritos perdidos e sem esperança.

Satanás originou o pecado, satanás pecou antes que qualquer ser humano o fizesse como se depreende do fato de na forma de uma serpente ter tentado Eva (Gn 3.1-6; 2Co 11.3).

Os demônios se opõem a toda obra de Deus tentando destruí-la, assim como Satanás levou Eva a pecar contra Deus (Gn 3.1-6), também tentou fazer Jesus pecar e assim falhar na sua missão de Messias (Mt 4. 1-11). A tática de Satanás e seus demônios são: A mentira (Jo 8.44), o engano (Ap 12.9), o homicídio (Sl 106.37) e todo e qualquer tipo de ação destrutiva no intuito de fazer as pessoas se afastarem de Deus, rumo à destruição.

Os demônios lançam mão de qualquer artifício para cegar as pessoas ao evangelho (2Co 4.4) e mantê-las presas a coisas que as impedem de aproximar-se de Deus. Contudo os demônios estão limitados pelo controle de Deus. A história de Jó deixa claro que Satanás só podia fazer o que Deus lhe permitia. Eles não têm o poder que tinham quando eram anjos, pois o pecado é uma influência deliberante e destruidora, o poder dos demônios, embora significativo, é provavelmente menor que a dos anjos.

Quanto aos nossos pensamentos a Bíblia nos ensina que Jesus e que Deus conhece os nossos pensamentos, mas não há indicação que os anjos e os demônios possam conhecê-los.  

 A AÇÃO DOS DEMÔNIOS AO LONGO DA HISTÓRIA DA REDENÇÃO:

No antigo testamento: No Antigo Testamento a palavra demônio não é usada com frequência, porém notamos que o povo de Israel frequentemente pecava servindo a falsos deuses e esses falsos deuses eram na verdade forças demoníacas (Sl 106. 35-37). Essa referência demonstra que o culto oferecido aos ídolos de todas as nações que cercavam Israel era na verdade culto a Satanás e seus demônios.

No ministério de Jesus: Jesus expulsou demônios com absoluta autoridade, as pessoas ficavam assombradas "Todas se admiravam a ponto de perguntarem entre sí: O que vem a ser isso? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos  imundos e eles lhe obedecem".

Na era da nova aliança: Essa autoridade sobre as forças demoníacas não se limita apenas a Jesus, pois ele concedeu autoridade semelhante primeiro aos doze (M 10.8) e em seguida aos setenta discípulos (Lc 10.17,  a autoridade sobre os espíritos imundos se estendeu mais tarde aos membros da igreja primitiva que administravam em nome de Jesus (At 8.7; 16.18; Tg 4.7). Jesus dá a todos os crentes a autoridade de repreender demônios e de ordenar que saiam.

No juízo final: No final do milênio, Satanás é solto e reúne as nações para a batalha mas é definitivamente derrotado e lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, atormentado de dia e de noite, pelo séculos dos séculos (Ap 20.10). Então o juízo de Satanás e de seus anjos estará completo.

NOSSA RELAÇÃO COM OS DEMÔNIOS

Algumas pessoas influenciadas por uma cosmovisão naturalista acreditam que os demônios não existam, os liberais acham que as ações demoníacas são as equivalentes as das organizações e estruturas da sociedade atual, governos malignos e poderosas corporações maléficas que controlam milhares de pessoas, Porém as Escrituras explica o mundo como ele verdadeiramente é, então devemos levar a sério  o panorama de intenso envolvimento demoníaco na sociedade humana.

As pessoas com influência demoníaca apresentam atitudes bizarras muitas vezes violentas, especialmente diante da pregação do evangelho.  Um crente verdadeiro não pode ser possuído por demônios, pode até ser tentado mais não possuído. As Escrituras Sagradas garantem a derrota final de Satanás e seus anjos. SOLI DEO GLORIA  Pb. GILSON DOS SANTOS.

FONTES:

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática: Cultura Cristã. São Paulo, 2002.

GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva: Vida Nova. São Paulo, 2010.

domingo, 2 de setembro de 2012

OS CINCO SOLAS DA REFORMA PROTESTANTE

INTRODUÇÃO:

Antes da reforma protestante do século XVI, os ensinos, as ações e a postura da igreja Católica Romana, incomodavam os verdadeiros crentes, que procuravam pautar suas vidas nos ensinos das Escrituras Sagradas.

Homens como Jerônimo Savanarola, João Huss e tantos outros foram mortos por defenderem seus ideais de conduta e fé. No cárcere, sentenciado pelo papa para ser queimado vivo, João Huss disse: "Podem matar o ganso (em alemão, sua língua natal, huss é ganso), mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar".


O monge agostiniano Martinho Lutero seguindo o mesmo ideal de lealdade às Escrituras. No dia 31 de outubro de 1517, cento e dois anos após a morte de João Huss, afixa à porta da igreja do castelo de Witenberg, as suas 95 teses, cujo teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado e não a penitência.


Com o desenvolvimento dos estudos de Lutero e suas teses surgem os cinco pilares da reforma protestante que são também conhecidos como os cinco solas da reforma, são princípios fundamentais da reforma protestante sintetizando o credo dos teólogos protestantes.


A palavra sola é uma palavra latina que significa "somente", esses pontos surgem com o propósito de se oporem ao pensamento, conduta e ensino da igreja romana da época. Os Cinco Solas são:


1-Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus)

A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os homens.

Quando se estava na presença do papa e dos cardeais a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias de adoração, onde se demonstraria uma total submissão a estes.

Fundamentado nas Escrituras Ef 2. 1-10; Jo 4.24; Sl 90.2; Tg 1.17 e tantos outros textos, os Reformadores concluem que somente a Deus devemos dar glória.

Não podemos dispensar glórias a homens, pois não passam de míseros pecadores e são como trapos imundos e carecem da misericórdia e da gloria de Deus.


2- Sola Fide (Somente a Fé)

O homem só pode ser salvo mediante a fé (a exclusividade da ação pela fé), sua alma só poderá ser liberta das chamas do inferno e das garras de Satanás mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.

Não são penitências, sacrifícios ou compra de indulgências, que livrarão o homem da condenação eterna, mas a salvação é através da fé (Ef 2.8).

Após meditar no texto que diz: "O justo viverá da fé", Martinho Lutero percebeu que a justiça de Deus nessa passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus, pela fé como dádiva.


3-Sola Gratia (Somente a Graça)

A única causa eficiente da salvação é a graça de Deus. Ninguém pode ser salvo por mérito próprio, por obras, sacrifícios penitências ou compra de indulgências. A única causa eficaz da salvação é a graça de Deus sobre o pecador, (Ef 2.8). Pela graça somos salvos mediante a fé, e isso não vem do homem é dom de Deus.

Nenhuma obra por mais justa e santa que possa parecer poderá dar ao homem livre acesso a salvação e ao reino dos céus, ocorrerá isso somente pela graça de Deus.

"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se gloria". Ef 2.8 e 9


4- Sola Christus (Somente Cristo)

Esse "somente" mostra a suficiência e exclusividade de Cristo no processo de salvação. Desde a eternidade Deus promove a aliança da redenção, onde o beneficiário seria o homem e o executor dessa aliança seria seu Filho unigênito "Jesus Cristo, o Messias prometido", portanto somente Cristo é o instrumento de nossa salvação.

O homem nada poderá fazer para sua salvação, pois Jesus Cristo realizou a obra da redenção ao ser sacrificado na cruz do calvário, vertendo o seu sangue como sacrifício por nossos pecados.

 "E não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dentre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" At 4.12.


5- Sola Scriptura (Somente as Escrituras)

Somente as Escrituras são regra de fé e prática para o crente. As tradições as bulas e os escritos papais mão têm, não podem ser ou mesmo servirem de instrumento de fé e prática para o rebanho de Cristo, somente as Escrituras Sagradas. Elas foram escritas por homens inspirados por Deus, são instrumentos de revelação da vontade de Deus para nossa vida. Ao lê-la somos iluminados pelo Espírito Santo para entendê-la.

Martinho Lutero escreve: "Então, achei-me recém-nascido e no paraíso, toda as Escrituras tinham para mim outro aspecto, perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a justiça de Deus"

Podemos ler em 2Tm 3. 16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra".

CONCLUSÃO:

Concluímos através desse breve estudo que os Cinco Solas, serviram de base para a teologia dos reformadores, foram e são de grande importância para a estruturação de uma teologia fundamentada exclusivamente na palavra de Deus, servindo como instrumento de orientação às igrejas, no retorno para os verdadeiros ensinamentos das Escrituras, livrando o homem do senhorio do clero e voltando para o senhorio de Cristo. (SOLI DEO GLORIA)  Pb. Gilson dos Santos.

FONTE:  Boyer, Orlando. Os Heróis da Fé, CPAD, Rio de Janeiro, 2002.

sábado, 21 de julho de 2012

O DESTINO DA ALMA IMEDIATAMENTE APÓS A MORTE

Qual o destino da alma, imediatamente após a morte? Esta é uma pergunta muito frequente tanto entre crentes e não crentes e faz parte de uma série de perguntas pertinentes à curiosidade do homem, o homem sempre esteve interessado em saber, qual a sua origem, qual o propósito de seu nascimento e qual será o destino de sua alma após a morte. Consultando a Escritura Sagrada, vamos procurar responder a essa tão importante pergunta:

 Qual o destino da alma imediatamente após a morte?

Alguns homens não acreditam que haja vida após a morte e que corpo, alma, tudo se desfaz após a morte, esse é um pensamento ateu e materialista, porém aqueles que consideram a Bíblia como sendo a revelação de Deus e a toma como regra de fé e prática, acreditam que há vida após a morte, a nossa alma tem um destino imediatamente após o último suspiro.

A Confissão de Fé de Westminster em seu capítulo XXXII trata exatamente dessa questão, relatando que:

Os corpos dos homens, após a morte, voltam ao pó e experimentam corrupção, suas almas, porém (que nem morrem, nem dormem), possuindo existência imortal, imediatamente voltam a Deus que as deu.

As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas em santidade, são recebidas no mais alto céu, onde vêem a face de Deus em luz e glória, aguardando a plena redenção de seus corpos, e as almas dos réprobos são lançadas no inferno, onde permanecem em tormentos e completa escuridão, reservadas para o juízo do grande dia.

Além desses dois lugares reservados para as almas separadas de seus corpos, a Escritura desconhece qualquer outro. Vejamos alguns textos bíblicos que comprovam o que foi dito:

·         O diálogo de Jesus com o ladrão na cruz- Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo hoje estarás comigo no paraíso. (Lc 23.43)

·         O rico e o mendigo – No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio. (Lc 16.23)

·         Paulo escrevendo aos filipenses – Ora, de um de outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. (Fp 1.23)

·         Paulo escrevendo aos tessalonicenses – Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará juntamente em sua companhia os que dormem. (1 Ts 4.14)

·         Paulo falando aos romanos - Não somente ela, mais também nós que temos as premissas do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos,  a redenção de nosso corpo. (Rm 8.23)

·         E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. (Ec 12.7)

Portanto, a morte consiste na separação temporária do corpo e da alma, enquanto o corpo se decompõe em seus elementos químicos de que se constitui, a alma do crente é imediatamente aperfeiçoada em santidade e imediatamente entram na glória, ao longo de todo o estado intermediário da morte à ressureição, ela continua consciente, ativa e feliz e está na presença de Cristo, o qual, após sua ascensão assentou-se a direita de Deus.

A alma dos réprobos também continuam, durante este estado intermediário, consciente e ativa, mas num estado de tormenta penal (no inferno), reservada para o juízo do grande dia. Essas condições, ainda que não finais, são irreversíveis isto é, das que estão com Cristo, nenhuma jamais se perderá, e das que estão em tormento, nenhuma jamais se salvará. SOLA SCRIPTURA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTES: Confissão de Fé de Westmister. O Breve Catecismo de Westminster.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A IGREJA DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Como filhos de Deus, um dos grandes privilégios que desfrutamos é o de pertencermos a sua família, uma família de muitos irmãos, esta família é a igreja de Deus. Amados, nesta breve matéria, vamos falar sobre a igreja cristã,  seu criador, sua base e sua permanência.

A palavra igreja tem sua origem na palavra grega "ekklésia" que significa: assembleia, reunião, congregação, "igreja". Temos também a palavra "synago" significando reunir-se, dando origem a palavra "synagoge" assembleia, (sinagoga).

Os seguidores de Jesus não descreveram suas reuniões bem como a comunidade que estas representavam com a palavra synagoge (havendo uma única exceção em Tg 2.2) afinal de contas esta palavra teria sido natural para um grupo que brotou de raízes judaicas, e que, pelo menos no início, se considerava parte do judaísmo.

Podemos inferir porque a igreja cristã conscientemente procurava evitar o termo synagoge para descrever a si mesma. O nome sinagoga que originalmente era um termo técnico para a assembleia judaica, veio a ser considerada, no decurso do tempo, como o símbolo da religião judaica, que consistia na lei e na tradição.

A idéia deve ter parecido tão rígida, do ponto de vista cristão, esta palavra (sinagoga), portanto, não podia ser usada para descrever uma comunhão e um evento que tinha no seu centro a proclamação do evangelho da libertação da lei, e da salvação que se pode receber somente mediante a fé em Jesus Cristo.  

Cristão, este nome surge pela primeira vez em Antioquia no ano 43 e foi dado aos discípulos de Cristo pelos seus inimigos em sinal de desprezo. Hoje é nome universalmente conhecido, porém enraizou-se mui lentamente, pois só é encontrado duas vezes no Novo Testamento.

Hoje entendemos que a igreja cristã é a igreja que reúne todos aqueles que espalhados pelo mundo inteiro, juntamente com os seus filhos professam a genuína religião, confessam o nosso Senhor Jesus cristo como seu salvador, vivem os seus ensinamentos e é o reino do Senhor Jesus Cristo, a casa e família de Deus.

A esta igreja, Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de Deus para a incorporação e aperfeiçoamento dos santos nesta vida até o fim do mundo; e por sua própria presença e do Espírito, segundo sua promessa os torna eficiente para esse fim.

Ao lermos o texto de Mateus 16.18, podemos entender, quem foi o criador da igreja cristã, qual é a sua base e qual será a sua permanência.

"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

Quando Jesus diz a Pedro "sobre esta rocha edificarei a minha igreja", Ele está afirmando que o criador da igreja é Ele, um criador que não age apenas como um arquiteto, mas como um bom pastor, que reúne as suas ovelhas, conduzi-as para pastagens verdejantes e águas refrescantes e as fazem repousar seguras no aprisco.

A igreja é retratada pelo apóstolo Paulo em Colossenses como sendo o corpo de Cristo e Cristo zela por esse corpo e que Cristo é a cabeça da igreja, significando que Ele é o princípio o primogênito de entre os mortos para em todas as coisas ter a primazia. Ele é a base da igreja, a verdadeira igreja cristã está fundamentada em Cristo, sua base é cristo, seus ensinos são ensinos de Cristo, seus membros devem ser imitadores de Cristo.

Jesus também diz a Pedro que as portas do inferno não prevalecerão contra ela, percebemos que ao longo da história a igreja apesar de constantemente perseguida, ultrajada e humilhada, ela permanece firme no propósito de proclamar as boas novas do evangelho, permanece anunciando que Jesus veio para nos conciliar com Deus, pagando com o seu sangue a nossa reconciliação, anunciando que salvação só através da fé em Jesus, que é obra exclusiva da graça de Deus e não por nossos méritos.

Que apesar de lobos travestidos de ovelhas adentrarem em suas portas como joio no meio do trigo. Ele permanece fiel em sua palavra, não permitindo que as portas do inferno prevaleçam contra ela mantendo a esperança da volta do Senhor Jesus Cristo, onde a sua noiva reina triunfante com Ele.  SOLA GRATIA. Pb. Gilson dos Santos.

FONTES: Dicionário Internacional de Teologia de Lothar Coenen e Colen Brawn. Confissão de Fé de Westminster.